quinta-feira, 6 de março de 2014

MENINOS DE RUA


Mais uma destas noites frias, em que caminhando pela cidade de São Paulo, observamos com que frieza o nosso olhar pousa sobre um cenário triste e obscuro que não se renova. São milhares de corpos franzinos, desalinhados e desequilibrados, de crianças sem identidade, que mal entendem os porquês de estarem ali jogados, abandonados ao destino de uma sociedade egoísta, amparados por uma lei severa da qual pouco se espera.

São simplesmente crianças, sim crianças revoltadas, uma revolta que vem da vontade única de serem livres, iguais a tantas outras, que brincam, sonham e crescem sob os olhares carinhosos de verdadeiros pais.

Mas a realidade se mostra indiferente, e assim saem para as ruas e fazem delas sua morada, numa aventura sem esperanças, a viver um presente sem medidas, a perderem sua doce inocência no palco da vida, onde sobreviver é o seu único lema.

E é nesta cidade grande, cidade mãe, que tem sempre seus longos braços abertos, que estas crianças se aconchegam, e sonham com um novo cenário, um cenário colorido de alegria, carinho, paz e fantasia, num circo armado de esperanças, em que suas vidas sejam simplesmente o reflexo de um largo sorriso.

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