Mais uma destas noites frias, em que caminhando pela
cidade de São Paulo, observamos com que frieza o nosso olhar pousa sobre um
cenário triste e obscuro que não se renova. São milhares de corpos franzinos,
desalinhados e desequilibrados, de crianças sem identidade, que mal entendem os
porquês de estarem ali jogados, abandonados ao destino de uma sociedade
egoísta, amparados por uma lei severa da qual pouco se espera.
São simplesmente crianças, sim crianças revoltadas, uma revolta que vem da vontade única de serem livres, iguais a tantas outras, que brincam, sonham e crescem sob os olhares carinhosos de verdadeiros pais.
São simplesmente crianças, sim crianças revoltadas, uma revolta que vem da vontade única de serem livres, iguais a tantas outras, que brincam, sonham e crescem sob os olhares carinhosos de verdadeiros pais.
Mas a realidade se mostra
indiferente, e assim saem para as ruas e fazem delas sua morada, numa aventura
sem esperanças, a viver um presente sem medidas, a perderem sua doce inocência
no palco da vida, onde sobreviver é o seu único lema.
E é nesta
cidade grande, cidade mãe, que tem sempre seus longos braços abertos, que estas
crianças se aconchegam, e sonham com um novo cenário, um cenário colorido de
alegria, carinho, paz e fantasia, num circo armado de esperanças, em que suas
vidas sejam simplesmente o reflexo de um largo sorriso.
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